O Poder da Diplomacia

Entrevista exclusiva de um prêmio Nobel da Paz Brasileiro, Darcy Duarte Rosa, ao jornalista Reinaldo Wolff. Projeto: "Você é muito importante para nós"©.


Estamos aguardando a chegada do comandante. À sombra das mangueiras, conversamos despreocupadamente. Pergunta o jornalista Reinaldo Wolff: O senhor é general?
O semblante firme, traços longos, rosto magro. Porte de autoridade, na aparência descontraída de carioca-de-beira-mar. Aparece um sorriso misterioso. Ele diz: "eu sou um prêmio Nobel da Paz brasileiro - mas não sou general". 

Esta é história de vida real. "Em 1957 um contingente de 6 mil homens brasileiros - fez parte de uma missão da ONU pela paz. E por 10 anos evitou-se uma guerra no Egito. Boinas azuis e objetivo quase irreal. Tornar em paz, uma região estratégica para o mundo: o Canal de Suez. Ao assumir, Nasser privatizou o Canal, e contrariando um contrato com a Inglaterra - que previa mais 20 anos para vigorar. A Rússia disponibilizou 20 mil homens para garantir a autoridade de Nasser. De repente, este se vê acuado em 3 enfrentamentos simultâneos, pois os judeus aproveitaram este momento crucial e investiram também contra Nasser, via aérea. Por terra e mar, França e Estados Unidos. A ONU trouxe então 10 paízes para compor a missão de paz e pela primeira vez os brasileiros perceberam o efeito do grande acerto de suas táticas e atuações. Trazendo grande prestígio para a tropa. Nós não éramos, nessa época um povo valorizado, na imagem que o Exterior fazia de nós... Estavam ali reunidos 10 nações muito diferentes, entre elas a Índia. Ao final de 10 anos o parlamento da Noruega entrou com um pedido de reconhecimento de Prêmio Nobel da Paz. Que foi concedido em 1988. E eu só fui saber em 2009. Causou-me espanto, este reconhecimento, vir através de um país estrangeiro.

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Todo ano era um rodízio, cada ano um comandante do baralhão. Neste ano foi o coronel Homar. Um verdadeiro diplomata, uma pessoa que tratava o soldado com bastante compreensão. Ele ouvia as pessoas. Um homem íntegro, humano muito especial. A história na verdade é de pacificação. E o prêmio me surpreendeu, por ser iniciativa do parlamento da Noruega. Que achou que essa tropa que lá permaneceu, evitou a guerra durante dez anos, entre esses dois paízes, durante o tempo em que lá esteve. Enquanto o batalhão estava lá, não teve guerra. A guerra só eclodiu entre Egito e Israel. A Palestina, praticamente, não tinha nada. Com a criação do estado de Israel, esfacelou a Palestina. Não era mais nem país. Então o que aconteceu? O parlamento da Noruega entendeu que essa tropa de paz permanecendo durante 10 anos, ela evitou a guerra. Uma guerra que só foi acontecer 10 anos depois: a Guerra dos 6 Dias.


E eu achei uma coisa muito bonita, a Noruega propor à ONU conceder Prêmio Nobel aos integrantes. E eu nem sabia. Vim a saber agora em 2009, quando um colega teve a comunicação de que tinha recebido a honraria. E eu até fiquei assim - não queria solicitar, porque em verdade, é concessão. Não pode você tomar a decisão de solicitar... Mas o batalhão tinha acabado. A ONU tinha interesse - já tinha criado a medalha e o diploma. Uma honraria dada por um país estrangeiro. Recebi em 2010. Aí eu viajei, estive na Escandinávia, fui de navio à Europa, Holanda, percorri toda a Escandinávia. E fui a Rússia. Depois à Faixa de Gasa.


O que me deu orgulho, foi as técnicas de nosso batalhão terem sido apreciadas e até copiadas, como exemplo de conduta militar, por outros paízes. Isso deu a sensação de valorização. Credibilidade em nós mesmos, de acreditar em nós mesmos. 


Um homem vai à guerra exercer a paz



O que marcou como grande impacto de todo este período, quando o caminhão dirigido por nosso caminhão, seguindo instruções de quem tava coordenando a pequena passagem estreita. Houve um erro fatídico. O caminhão era muito alto e atropelou contra um paredão uma família, com excessão do marido e pai. Estávamos nós e ele frente a frente na delegacia. Veio um representante da ONU com intérprete pedir desculpas em nome de todos. E dizer que ele teria a receber uma quantia de seguro bem expressiva. Nunca vou esquecer o olhar dele quando disse: "Desculpe, mas já estava escrito".

Fiquei assombrado de perceber a capacidade de suportação desses árabes. Uma coragem além da vida. Este foi um fator que moveu a minha busca de vida espiritual durante todos esses anos. Foi muito forte.

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Percepção - Guia Mágico de Sobrevivência© Ana Maria Wolff

Horóscopo do Nome - Sistema do Antigo Egito - Darcy Duarte Rosa


Suas atrações astrológicas naturais.
Nasceu em 1935, sob o símbolo de finanças favorecidas.
Em 1944, a tônica de sua vida é expansão. 
Em 1953, intuição acertada para o espiritual. Em 1962 mudanças frequentes. E usufruto dos próprios bens. 
1971, firmeza no que se inicia.
1980, benefício de posição. 
1989, ambições nas lições que recebe.
1998, renome. 
2007, entusiasmo nos empreendimentos.
E este é o período que está vivendo.
Este estudo prossegue mas fizemos só até aqui. 
Valores como símbolo de vida: auto-suficiência e integridade. Alto nível de concentração. Ânsia de vida espiritual (sintonia confirmada por suas próprias palavras na estória que contou. Mas aqui é o resultado de estudo e pesquisa do significado do seu nome).
Viva imaginação.

Conversou aqui com você, Martha Wolff.

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A Sabedoria

Sócrates, no livro Laches, propõe um tema aos homens militares: "todo homem é bom, quando tem sabedoria". 

Reinaldo Wolff propõe no seu livro Pensar Direito: "a sabedoria é um Dom de Deus. O homem quando tem Sabedoria manifesta por Deus, em si, ele é bom".

Sócrates: "pode ser corajoso na guerra, nos perigos do mar, na doença, na pobreza. E também na política pode ser corajoso. A coragem não é só enfrentar a dor e o medo, mas para superar as contendas dos vícios, e desejos não sãos".

"E de superar também os desafios propostos pelos inimigos internos: as emoções" - diz Ana Maria Wolff.



Entrevista realizada em: 10 de abril de 2012


Fotos por Martha Wolff


Edição por Arthur Wolff

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