Vera Fischer em entrevista exclusiva


Vera Fischer fala de seu trabalho e seus amores


Vale a Pena Ler de Novo

Ana Wolff entrevista Vera Fischer
Publicado no jornal A Tribuna - Vitória, ES. 1979.

Vera Fischer, mais linda do que nunca afirma: Amamentar é um ato de amor insubstituível. Não me prejudicou em nada.

Sua presença - deslumbrante! - num dos mais sofisticados clubes de Brasília, um exemplo digno de admiração de todos. As jovens que debutavam eram anunciadas por ela e seu marido, Perry Salles, o lindo galã Novak, da novela “Os Gigantes”, da Globo. Não foi fácil separá-la daquela multidão delirante e de seu ciumento marido. Mas Vera foi incrível! Simpática, simples e ao mesmo tempo inteligente - ela conversou com um charme todo dela.

Ana Wolff: Como se sente, como mulher, na fase atual da sua vida?

Ela sorri um pouco. Baixa levemente as pálpebras e quando suspende aqueles olhos claros, pestanudos - a gente se surpreende com seu encanto.

Vera: Creio que estou em franca realização. - um sorriso brinca em seus lábios quando diz - você sabe, realização é uma coisa muito difícil de se atingir.

Ana Wolff: Como assim?

Vera: Ora, tudo é uma questão de aprendizado. É uma lei natural de se viver. A gente tem sempre de superar, de ir em frente, de melhorar para conquistar um passo mais.

Ana Wolff: O que você acha da novela que está fazendo?

Vera: Uma novela difícil para o agrado imediato do público. Aborda aspectos psicológicos complicados. Muito válidos por sinal.

Ana Wolff: E sua personagem - Helena - reflete sua forma de pensar e agir?

Vera: Não - disse com aquele charme carinhoso. - Helena não é complicada. É pura e simplesmente uma mulher apaixonada por um homem e quer se casar com ele a qualquer custo.

Ana Wolff: E você acha que ele tendo uma mulher tão linda aos seus pés, pode em sã consciência, pensar numa distante e problemática “Paloma”?

Vera: Chico é um homem forte. E não é burro. Tanto assim, que não dispensa, de forma direta, Helena. Deixa-se, simplesmente, amar por ela.

Ana Wolff: Você não acha que ele a despreza?

Vera: Não, desprezar não. Ele de vez em quando beija Helena.

Ana Wolff: Você acha que isso, na vida real, poderia acontecer?

Ela pensa um pouco. Sorri e parece sem saber o que dizer, por um momento.

Vera: Não. Eu não aceitaria isso. Embora isso pudesse acontecer. Às vezes, nem toda a beleza de uma mulher, pode transmitir ou inspirar uma paixão.

Ana Wolff: Explique melhor esse seu ponto de vista.

Vera: Ora, tudo no amor pode acontecer. Quando a gente gosta de uma pessoa, gosta porque gosta. Não tem explicação. A gente se envolve de tal maneira, que não consegue parar para pensar.

Ana Wolff: E você gosta de interpretar a mulher apaixonada?

Vera: Acho que sim. Neste ponto eu interpreto porque sou um tipo apaixonado. Quando amo, é sem reservas. Só que, em novela, existe a censura.

Ana Wolff: E você, gosta das novelas que interpreta?

Vera: Antigamente eu era muito contra a novela, eu era muito presa, bloqueada mesmo.

Ana Wolff: E agora?

Vera: Adoro tudo que faço. Adoro meu trabalho.

Ana Wolff: E o seu trabalho não impede de ver o seu bebê?

Vera: Não. Eu moro perto da TV. Tenho uma babá. Se eu não trabalhasse, eu me sentiria frustrada. Não seria a mesma mãe para minha filha.

Ana Wolff: Como se sentiu após o bebê?

Vera: Ah, engordei 16 quilos.

Olhei para ela. Uma ninfa naquele vestido verde, lânguido descendo sobre suas formas perfeitas. Se houve aumento de peso, este já desapareceu.

Ana Wolff: Como é que você posiciona o seu futuro?

Vera: Nem sei.

Ana Wolff: Então vamos falar do momento presente. Sabe que você está ótima na novela “Os Gigantes”?

Ela me olha tímida. Incrível! Ela ainda lembra a garota assustada vinda de Blumenau. A menininha incerta entre a religião dos pais, protestantes, e do colégio Católico que freqüentava.

Vera: Acontece. - diz ela por fim - Aliás como tudo vem acontecendo em minha vida. Como o cinema, a TV e tudo mais.

Depois entre um sorriso cândido infantil, e charme irresistível de mulher sedutora - ela comenta: nunca aprendi em nenhuma escola de arte dramática. Vem tudo daqui, sabe? - e faz um gesto em relação ao coração - A gente vive a emoção e ela brota nos olhos, nas lágrimas, no sorriso.

E conta também que está fazendo um novo filme. Ao lado do marido, Perry, que se aproxima cheio de encantos por ela. Perry diz: Sabe, Ana, a TV é uma máquina de ilusões. Agora você imagine: Vera na TV! É ilusão de ilusão?

Perry ainda fala: Vera, meu amor...

Ela tem de se afastar.
E sopra aquele beijo para você, leitor amigo. Mas não se iluda. Ela é casada. Fique com a força de seu talento. Este não tem fronteiras. //

Digitação: Vitória Wolff
Edição: Arthur Wolff
Fotos: Equipe Wolff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um breve relato sobre a vida da escritora Anna Wolff

INTROSPECÇÃO - É o caminho para crescer o seu poder mental e libertar-se de conflitos

Coronel Aurélio da Silva Bolze em entrevista exclusiva ao jornalista Reinaldo Wolff - retrospectiva